FAMÍLIA

por Administrador MCP

Se há 15 anos atrás me dissessem “Tu queres ser Mãe?” eu diria: “Vou. E quero 4 filhos!”
Nunca ocultei este meu desejo. Desde pequenina que não imaginaria outro cenário, senão uma casa cheia de confusão, filhos a correr, e muito amor no ar.
Eu sabia que queria uma família. Não um carro, uma viagem ou uma casa. Simplesmente, uma família.
E esse dia chegou contigo. Na verdade, poucos souberam da tua existência, mas foi contigo que este meu sonho começou. O momento em que descobri que estava grávida de ti .

 

Aquele teste de gravidez onde um dos riscos não estava muito marcado, deu-me a certeza que tu estavas ali no meu ventre!
Liguei para o ginecologista que me acompanhava e lá fui ter notícias tuas. Tinhas cerca de 6 semanas e aparentemente estava tudo normal. Sai de lá eufórica! Apeteceu-me ligar a toda a gente, mas decidi esperar um pouco mais. Passaram cerca de duas semanas e acordei com algumas dores de barriga. Aquela dor era estranha, mas mais estranho e o que realmente me assustou foi o sangramento.
Fiquei apavorada. Não sabia o que fazer. Liguei ao ginecologista e fui de imediato para o hospital. Assim que entrei no consultório, começou o exame, e reparei que a sua feição não era “normal”, percebi que algo estava errado. Foi aí que ele olhou para mim e disse: “Ana, é muito comum acontecer isto na primeira gestação”. Quando ouvi estas palavras, o meu mundo desabou. Não estava acreditar que aquilo estava acontecer comigo. Não te queria perder de maneira nenhuma. Já me imagina contigo na rua, contigo no colo, contigo na minha vida. Eu queria tanto ser tua mãe! Tu sabes disso.
O médico disse-me que eu tinha sofrido um aborto espontâneo (estava com 8 semanas) e que isso poderia acontecer com qualquer grávida. Não havia nenhuma causa que explicasse o aborto.
Fui embora do hospital de rastos. Não estava mais completa e aquilo corroía-me por dentro.
Vieram os questionamentos: “Porque é que isto aconteceu comigo? Tinha que ser agora? O que eu fiz ou deixei de fazer?”. Parecia que olhava para o lado e percebia que muita gente ao meu redor decidiu ficar grávida, naquele sábado todas estavam felizes – menos eu. Confesso que eu fiquei revoltada. O Só quem já passou por isso sabe do que eu estou falar: é como se o meu maior sonho fosse impedido de se realizar.
A partir daquele sábado o meu coração nunca mais ficou preenchido, mas há coisas que o destino se encarrega de nos mostrar. E tu mostraste-me que estas presente na nossa vida. O teu irmão Duarte e Fernando nasceram exatamente num sábado. O sábado estava destinado para nós. Acredito que eras tu a mostrares que a vida ainda pode ser muito perfeita.
Tu foste o meu primeiro filho, o teu irmão Duarte o segundo e o Fernandinho o terceiro. Tu serás sempre meu! Sempre nosso filho.

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